Vale quanto pesa?
De acordo com dados do Departamento de Meio Ambiente de
Piraju cada cidadão gera 549 gramas de lixo reciclável todos os dias. Em 2016 o
total foi de 478 toneladas.
Quanto você pagaria para se ver livre de todo o lixo
comum e lixo reciclável que você gera e que pode poluir a natureza por pelo
menos 450 anos, que é o tempo que as embalagens de plástico levam para se
decompor no meio ambiente?
Sócios da ACLU no galpão que abriga a associação. |
Através dos impostos, o contribuinte paga a Prefeitura
para ter a coleta e destinação final dos resíduos sólidos (lixo comum e
reciclável). O lixo comum, até o início deste ano, era depositado do aterro
controlado que, agora, está sendo transportado para um aterro sanitário do
município de Piratininga.
Já o lixo reciclável recolhido pela Prefeitura nos
sacos vermelhos é processado, pela Associação dos Catadores de Lixo (ACLU) de
Piraju e são vendidos por quilo, com valores que variam, na média, entre R$
0,20, como no caso do papel, a R$ 3,50 que é o valor paga pelas latinhas de
alumínio de cerveja e refrigerantes.
Antes de vender esse material, os 22 associados da ACLU
de Piraju precisam separar todo esse material que estão misturados entre os
vários itens recicláveis e, muitas vezes, com lixo doméstico que também é
descartado nos sacos vermelhos exclusivos para material reciclável.
Para se ter uma ideia da importância desse trabalho,
todos os anos, os associados da ACLU dão destino correto a milhares de quilos
de lixo que, de outra forma, iriam parar nos aterros e lixões degradando o meio
ambiente.
Ao ver a quantidade de lixo processada e vendida,
alguns podem achar que o trabalho dos catadores de lixo é bem remunerado. Ledo
engano. Há uma concorrência desleal com os membros da ACLU. Por conta do alto
preço das latinhas e das garrafas PET, muitas pessoas abrem os sacos vermelhos
e recolhem estes itens para vender. Com isso sobram poucos materiais de alto
valor restando os mais baratos para venda. Sem contar que a ACLU tem os
encargos financeiros que toda entidade desta natureza possui e a variação dos
valores do quilo dos itens recicláveis. No fim das contas, sobra pouco para
dividir entre os 22 associados.
O trabalho de reciclagem é realizados por cerca de 22 pessoas |
Mesmo isso não impede que os membros da ACLU de dividir
o material de seu trabalho com a empresa privada Planeta Azul que também
trabalha com coleta e venda da material reciclável. No mês de julho, os 22
membros da associação concordaram, de forma espontânea, que todo o material
reciclável coletado nas segundas-feiras seja levado para a empresa concorrente
onde trabalham 7 pessoas com 4 da mesma família.
“Há espaço para todo mundo”, explicou assim Sandra
Regina dos Santos a atitude de todos os 22 membros da ACLU em favor da “Planeta
Azul”. A reciclagem de lixo teria um papel maior do que já tem se todo material
reciclável fosse processado. De acordo com uma pesquisa realizada sobre
reciclagem nos municípios da região, apenas uma margem de 40 a 50 por cento vão
para reciclagem. Em Piraju esse percentual é um pouco maior, mas calcula-se que
pelo menos 30% deste material ainda vá parar no aterro de Piraju junto com lixo
urbano por falta de conscientização da população.
O trabalho de processamento do lixo Reciclável em
Piraju poderia ser ainda melhor remunerado se a Prefeitura de Piraju fizesse
como todas as de outras cidades que tem uma associação como ACLU e remuneram
cada catador com um valor mensal. Mesmo um salário mínimo já seria de grande
ajuda para estes trabalhadores que contribuem para que todo lixo descartado em
cada residência volte-se contra cada contribuinte em forma de problema ambiental.
A subvenção a ACLU não seria motivo para que os
catadores se acomodassem. Para que a associação possa continuar atuando tem que
uma meta de material reciclável para ser processada. Ao atingir essa meta, a
ACLU recebeu equipamentos como 3 prensas enfardadeiras, esteiras, elevador,
empilhadeira, carrinhos e um caminhão.
Esse equipamento é usado em benefício da coleta e
reciclagem no município que é referência no Estado de São Paulo. Até mesmo
trabalho de conscientização é feito com crianças da rede ensino de Piraju e,
constantemente recebe visita de representante de outros municípios para ver
como o trabalho é feito por aqui.
“O trabalho de coleta seletiva e reciclagem que fazemos
em Piraju é referência no Estado. Recebemos visitas de várias cidades que
querem implantar o modelo que temos aqui. A próxima cidade que irá nos visitar
é Cerquilho”, contou Sandra Regina, presidente da ACLU de Piraju que quer
melhorar o resultado do serviço de coleta seletiva no município, mas para isso,
necessita da Prefeitura, o mesmo apoio que outros municípios têm dado para as
associações que prestam este importante serviço para a população e meio
ambiente.
Materiais recicláveis e o tempo que ficam no meio
ambiente.
Garrafa PET, sacos e sacolas plásticas 100 anos.
Plástico duro. 450 anos e papel
Papelão. 6 meses
Isopor, louça, esponjas, luvas de borracha, vidros e
pneus. Indeterminado