Não preciso de cargo para ajudar a administração do prefeito José Maria: diz Ortega |
Apesar
de o prefeito José Maria Costa ter se manifestado pelas redes sociais dizendo que
o motivo da demissão de Osvaldo Ortega foi contenção de gastos pela crise
econômica, o real motivo pode ter sido a grande exposição na mídia que o diretor
de Planejamento vinha conseguindo através de seu trabalho. Esta semana, em
entrevista a duas emissoras de rádio de Piraju, o médico Osvaldo Ortega
atribuiu sua demissão da prefeitura primeiramente a insegurança jurídica do
prefeito quanto a incompatibilidade de dos cargos que ocupa na Organização
Social (OS) que administra o Hospital de Piraju onde é responsável pelas
internações e o de diretor na prefeitura de Piraju.
De
acordo com lei um servidor público não pode receber salários pagos pela mesma
fonte. Como A OS recebe mensalmente verba da Prefeitura para gerir o
Departamento de Saúde do município. Como Ortega recebe um salário da OS e outro
da Prefeitura, há o entendimento de que o médico estaria recebendo em
duplicidade da mesma ponte pagadora. No entendimento de Osvaldo Ortega, isso
não acontece porque, a lei só se aplica quando o servidor ocupa dois cargos de
direção. “O meu cargo na OS onde estou há três anos não é de direção, apenas na
Prefeitura ocupava cargo de diretor”, disse ex-diretor da Prefeitura.
Para Ortega, entretanto, este não seria o único
motivo de sua demissão. “Ninguém sai por um único motivo. Quando sai alguém tem
muita coisa envolvida”, vaticinou o médico de acordo com o clima que sentiu nos
bastidores da Prefeitura. Enquanto desenvolvia seu trabalho na pasta do
Planejamento um dos mais importantes departamentos da Prefeitura,
principalmente nesta época de escassez de recursos, Osvaldo tinha a atribuição
e avaliar, fiscalizar e potencializar os recursos do município o que incluía
cortes em gastos que anteriormente andavam de rédeas soltas, por assim dizer.
Com base nisso, o ex-diretor de Planejamento
entendeu que haveria um segundo motivo para sua saída causado pelo trabalho que
vinha realizando e que pode ter tomado dimensões políticas e, também, pela
proximidade com o prefeito, o que não foi muito bem digerido por alguns de seus
colegas que viram no médico um potencial candidato para as próximas eleições.
Nas entrelinhas da entrevista que concedeu às rádios Paranapanema e Eduvale FM, muita gente entendeu que Ortega pode ter detectado ciúme de homem em
pessoas interessadas na eleição de 2020 que se movimentaram para sua saída.
“Tem departamento que tem mais evidência em
detrimento de outros. Ninguém se sobressai impunemente. O planejamento é uma
área muito importante dentro de uma administração. Por estar sempre com o
prefeito cria-se atritos e várias arestas. Um fala uma coisa aqui, outro faz
outra coisa lá. As pessoas começam a pensar coisas que não existem. Talvez está
aqui, mas pensado na próxima eleição. Eu não tenho nenhuma pretensão política”,
disse Ortega em entrevista a rádio Eduvale FM.
Sobre sua saída o médico disse ainda que não precisa
de cargo para ajudar seu amigo José Maria Costa, mas não entendeu porque o prefeito
se preocupou em apresentar explicações para sua demissão. Para Osvaldo, a
demissão de um cargo comissionado é uma coisa muito natural.
“A melhor justificativa é dizer achei que tinha de
mudar. Não precisa dar desculpas. Não é questão de dinheiro. O cargo é de
confiança e não precisa dizer que desconfiei. Ele é o chefe o Executivo. É ele
quem vai responder”, concluiu Osvaldo Ortega que só lamentar não poder concluir
o planejamento do real orçamento da Prefeitura que tinha iniciado.