quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Poeira


Pó de cimento revolta empresários do Distrito Industrial de Piraju
Como se já não bastasse a poeira das ruas do Distrito Industrial de Piraju, causada pela longa estiagem, agora os empresários que se estabeleceram no local tem de enfrentar uma nova situação. Segundo informou um empresário a Folha, o problema que tem se mostrado mais grave que a poeira é o pó de cimento que está se levantando nas ruas do Bairro Industrial de Piraju danificando equipamentos e, o que é pior, prejudicando a saúde dos trabalhadores locais.
De acordo com relato do empresário Hélio Cassanho, um dos proprietários do “Café Mundo Novo”, esse pó seria fruto de uma tentativa do diretor de Indústria e Comércio de Piraju, Carlos Camargo Lima, Carlinhos Pneus, de dar utilidade a uma quantidade considerável de material descartável composto basicamente de concreto da fábrica de postes de Piraju. Esse material, aplicado nas ruas da entrada do bairro onde o tráfego é intenso, se transformou rapidamente num pó esbranquiçado que se levanta com a passagem de veículos, atingindo as indústrias.
“Até agora não entendemos porque a Prefeitura jogou esse material aqui. O Carlinhos poderia ter mandado jogar essas pedras que estão na rotatória e não o resto do material da fábrica de postes” disse Cassanho, que junto com o proprietário da empresa “Micro Metal” é um dos mais atingidos pelo problema.
A preocupação dos empresários se baseia no fato de que o material jogado na rua é formado por cimento, que por sua vez é formado por sílica, um material que se inalado pode fazer mal a saúde desenvolvendo na pessoa exposta por muito tempo a esse produto químico, uma doença chamada silicose. De acordo com o Fundacentro, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e do Emprego, diversos materiais e produtos normalmente utilizados nos canteiros de obra pode esconder-se o perigo de intoxicação. Isso pode acontecer pela inalação ou por absorção pela pele ocasionando graves doenças respiratórias e dermatoses, variando de ataques de asma ao câncer de pele. Entre os principais vilões da saúde estão as tintas, vernizes, colas, areia, cimento, cal, gesso e produtos químicos em geral. Recomenda-se que esses materiais devem ser manipulados com muito cuidado, de preferência em locais abertos e bem ventilados. Entre as doenças produzidas por inalação de produtos tóxicos ou poeiras, explica o órgão, recebem o nome de pneumoconioses. A silicose (inalação de areia ou pó de cimento) e a asbestose (inalação de amianto) são as mais comuns na construção civil. Essas doenças são caracterizadas por alterações nos brônquios, bronquíolos e alvéolos, ou da pleura, membrana que envolve os pulmões.
Para tentar minimizar o problema, a Prefeitura enviou um caminhão para jogar água nas ruas na tarde de quinta-feira (2), mas o forte calor fez com que o pó voltasse imediatamente. Para resolver os problemas de forma definitiva, os empresários querem que a Prefeitura conclua o mais rápido possível as obras de calçamento do Distrito Industrial
Asfalto
A Prefeitura poderia ter evitado as últimas reclamações dos empresários do Distrito Industrial de tivesse feito o óbvio, ou seja, iniciado as obras de calçamento das ruas do Distrito Industrial pela entrada do bairro onde o tráfego é mais intenso e fica acima do lado oposto para onde segue a queda d’água.
Intrigados, os empresários dizem ainda não entender porque a prefeitura asfaltou primeiro, as ruas que quase nunca são usadas, como as últimas do lado da antiga fábrica “Xanadu” e outras que ficam na parte posterior onde nenhuma das empresas instaladas tem porta de entrada ou saída. Ao todo, são quase quinhentos metros de asfalto que poderiam ser aplicados nas ruas próximas a rotatória de entrada do Distrito Industrial.
“Nós perguntamos na Prefeitura porque começaram asfaltando as ruas pouco usadas deixando as mais usadas para depois. Segundo nos informaram isso ocorreu porque o banco responsável por liberar a verba era quem determinava qual rua era asfaltada. Depois ficamos sabendo que não era nada disso. Quem determina quais ruas serão asfaltadas é o projeto feito pelo departamento de Engenharia da Prefeitura”, informou Hélio Cassanho.
De acordo com o vereador Valberto Zanata, a Prefeitura já teria efetuado o pagamento para a empreiteira que fez parte da obra de asfaltamento do Distrito Industrial e não haveria notícias de verbas à caminho para terminar de asfaltar as ruas o bairro.
Vale lembrar que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), investiga a qualidade dos serviços prestados pela empreiteira responsável pela obra de calçamento do Distrito Industrial.

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