Comunidade se mobiliza sobre alteração do Plano Municipal de Educação. |
Ao longo da semana, Garcia tem recebido apoio de algumas pessoas por ter se manifestado contra a alteração do projeto e agora, com essa iniciativa, que aumentar o debate sobre a questão.
De acordo com o vereador Luciano Louzada, o PME esteve na Câmara por aproximadamente seis meses e a população foi convidada para debater a questão e apenas ele próprio e Ivana Pinterich estavam presente com mais 20 profissionais da área da educação e ninguém além destes mostrou interesse pela matéria. O próprio vereador Vinicius Garcia disse ao explicar seu voto que é contra a alteração hoje proposta porque o PME já passou pela Casa, foi deliberado e aprovado, mas agora quer voltar e rever a questão. É claro que, de acordo com o clamor popular, todos entendem que qualquer lei deve ser discutida e revista e a alteração do Plano de Educação de Piraju pode novamente ser debatida. A data para esta audiência ainda não foi marcada, mas o vereador Vinicius deve fazê-lo quanto antes, já que os demais vereadores da Comissão de Justiça e Redação não pretendem segurar a matéria na Câmara além do prazo previsto para suas duas votações que é em 7 de julho. De qualquer forma, todo este processo iniciado pela suposta ameaça da implantação da ideologia de gênero nas escolas de Piraju tem mexido com vários setores da comunidade.
Diante da discussão que se criou sobre o assunto, parece estar existindo equívoco de parte a parte. A intenção dos que defendem a retirada do termo gênero e diversidade sexual do Plano Municipal de Educação é o medo de que surja um professor ou aluno que exija que o cumprimento da lei integralmente nas formas previstas na ideologia de gênero. A retirada do termo gênero evitaria esse risco. Foi exatamente isso que moveu o Ministério Público do município de Capela no Estado de Alagoas em recomendar a supressão de termos relacionados à “ideologia de gênero” no projeto de lei que trata do Plano Municipal de Educação elaborado pela Prefeitura, sob orientação do Ministério da Educação (MEC), para o período de 2015 a 2025.
Segundo o promotor de Justiça Edelzito Santos Andrade, conteúdos linguísticos como “identidade de gênero”, “gênero”, “orientação sexual”, “diversidade sexual”, “sexismo” e expressões congêneres devem ser modificados para os termos “identidade sexual” e “opção sexual”. A Promotoria de Justiça de Capela também recomendou que qualquer inserção de cláusula protetiva dos direitos fundamentais a esses dois conceitos seja fundada no artigo 3º, inciso VI, e artigo 5º da Constituição Federal, que tratam, respectivamente, de promover o bem de todos e de que todos são iguais perante a lei, ambos sem qualquer tipo de distinção.
Já parte dos que defendem a manutenção deste item entre os “Temas Transversais” acreditam que nos dias de hoje é uma necessidade ensinar às crianças a aceitação e o respeito aos colegas com opção sexual diferente da sua, evitando problemas com tipos de comportamento discriminatório fazendo valer igualmente neste caso o preceituado no artigo 5º da Constituição Federal. Cabe salientar que, este tipo de orientação já vem acontecendo nas escolas brasileiras, inclusive nas de Piraju, de forma competente por anos e nunca se teve notícia que alunos de diferentes sexos estivessem usando o mesmo banheiro ou esteja sendo apresenta opções sexuais, diferente da inata, às crianças. Desde o início de toda esta discussão, a diretoria de Educação de Piraju fez questão de deixar claro que incentivar qualquer criança em adotar este ou aquele comportamento nunca esteve entre suas diretrizes.
Caso sejam realizadas audiências sobre o tema, que fique claro que qualquer discussão sobre a alteração no PME de Piraju deve girar entorno de se encontrar uma solução para atender a todas as necessidades dos alunos e não para se descobrir qual vereador ou grupo está certo ou quem está errado.
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