Foto. Internet. Falta a consulta prejudica tratamento do paciente ausente e atendimento da Rede de Saúde. |
O alto índice de falta dos pacientes às consultas, exames e
outros procedimentos ambulatoriais, tem prejudicado sensivelmente o trabalho de
prevenção e tratamento de algumas doenças, bem como o atendimento médico dos
usuários do Departamento de Saúde de Piraju.
De acordo com pesquisas feitas sistematicamente para
melhorar o atendimento na Rede Pública de Saúde, o índice de faltosos que não
informam sua ausência a exames e consultas variam de 10 a 20%, mesmo sendo
avisados pelos PSFs. Este índice é ainda maior em determinadas especialidades.
Para se ter uma ideia a Prefeitura de Piraju oferece exames
de mamografia, ultrassom, tomografia. Para cada 100 consultas marcadas, 20
pacientes não comparecem. No caso de consultas em especialidade como
oftalmologia, por exemplo, o número de falta é ainda maior. Para cada 100
agendamentos, 50 pacientes não comparecem. Situação semelhante acorre com a
ortopedia.
Mesmo diante desta situação, Piraju tem conseguido atender
melhor a seus pacientes porque é o pioneiro no projeto de regulação de vagas no
município e tem uma equipe que se desdobra para conseguir vagas para exames e
consultas na regulação intermunicipal.
Com a regulação municipal, o Departamento de Saúde de Piraju
consegue racionalizar os exames e consultas no município. E acontece assim:
Para determinada especialidade, Piraju tem um determinado número de vagas que
distribui para cada uma das nove unidades de PSFs do município. Se um PSF não
utiliza todas as vagas que lhe são destinadas por falta de demanda, as vagas
vão para um bolsão e fica disponível para outro PSF onde há pacientes que
precisem.
Já na regulação intermunicipal, os servidores públicos do
Departamento de Saúde ficam atentos à regulação intermunicipal que direciona
consultas e exames para Piraju e para todos os municípios de sua circunscrição
de saúde. Da mesma forma como acontece na regulação municipal, as vagas que não
são utilizadas vão para um bolsão e os funcionários da saúde pegam as vagas
para os pacientes de Piraju.
Para ilustrar há dois casos. O primeiro é o da especialidade
de endocrinologia. A regulação intermunicipal disponibiliza para Piraju 2
vagas. Atentos ao sistema, os funcionários da Saúde de Piraju conseguiram
agendar 10 consultar través do bolsão. Só que, infelizmente, 4 pacientes não foram as consultas agendadas.
O segundo caso é oftalmologia. Com 80 vagas
disponibilizadas, Piraju conseguiu agendar 84, mas 22 pessoas faltaram.
Além de prejudicar o atendimento a população, os faltosos
prejudicam a si mesmos. Segundo explicou a funcionária responsável pelo sistema
de regulação, quando um paciente não avisa que vai faltar, não há como colocar
outro paciente e seu lugar e a vaga de consulta ou exame se perde. Além disso,
o paciente que não avisou é colocado no fim da fila para novo exame. Se ele
avisa, é colocado na próxima vaga que tiver.
Funciona assim. Suponhamos que Piraju tenha 16 pacientes
para fazer uma mamografia e o município tem apenas 8 vagas no mês. Uma determinada
paciente consegue ser a terceira a ser atendida. Se ela não vai ao exame, e não
avisa o Departamento de Saúde. Para fazer seu exame, ela vai para o fim da fila
e passa a ser o décimo sexto a aguardar uma nova vaga.
Se ela avisar que não vai poderá ir, a situação é diferente.
O Departamento de Saúde coloca em seu lugar o nono paciente que aguarda e ela
fica em seu lugar aguardando.
O problema é que, quanto maior o número de pessoas que
faltam aos procedimentos agendados e não avisam, aumentam não só tempo para
conseguir uma consulta como atrapalha outros pacientes que estão aguardando e
poderiam ter utilizado a vaga perdida. Não raro, são esses faltosos que
reclamam por não concordar com as regras feitas para não atrapalhar ainda mais
os pacientes mais conscientes.
De tão grave que é a abstenção dos pacientes, o Departamento
de Saúde, junto com a Organização Social (OS), que administra os PSFs, já está estudando uma forma de acabar ou pelo
menos minimizar essa situação que tem prejudicado o atendimento à população.
Vale o esforço dos servidores da Saúde, mas a conscientização dos pacientes e
usuários da rede pública de Saúde, é igualmente fundamental e necessária para
que serviço prestado seja eficiente.
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