Paralisação na Raposo Tavares na região de Palmital |
Os caminhoneiros entraram no quinto dia de greve e dizem não
aceitar o acordo que foi assinado com o governo. De acordo com o líder do movimento
que acontece no Posto Trevo de Piraju o movimento continua no Brasil todo. O
caminhoneiro Ronaldo disse em entrevista ao jornalista Diego dos Reis que a
pessoa, ou pessoas, que assinaram o termo com o governo não pertence a classe
de trabalhadores.
“O movimento está sendo feito no Brasil todo. Hoje o
residente da república veio falando que foi feito um acordo e esse acordo não
foi verdadeiro porque foi feito com uma pessoa que não pertence à nossa classe
e não pode dizer que ele acordou isso aí. Até porque não acordou nada”, disse o
grevista que elencou algumas das reivindicações que não foram atendidas no
acordo.
“A gente quer o fim do imposto total do petróleo, da
gasolina e do óleo diesel. Esse ICMS está judiando de nós. Pedimos para que os
pedágios não cobrem o eixo erguido, que tenha uma redução no custo do pedágio
que é muito alto. Estamos pedindo para que estudem um piso para o preço do
frete por km rodado, porque senão eles abaixam o petróleo e achata o frete e a
gente fica sem solução. E que nesse piso tenha uma taxa cambial de
acompanhamento do valor do frete e nada disso foi acordado”, explicou o líder
da paralisação que estão em Piraju.
Ainda sobre o acordo que foi assinado por outras associações
que dizem representar os caminhoneiros, Ronaldo contesta sua validade dizendo
que os termos do acordo não foram publicados no diário oficial.
“Esse acordo tem que constar em diário oficial e não tem
nada em diário oficial. Isso é só de boca e quando termina a greve ninguém faz
nada como muitas vezes já aconteceu e o governo deixa a gente a ver navios”,
reclamou Ronaldo que disse reconhecer apenas a Associação Brasileira dos
Caminhoneiros (ABCAM), cujo presidente deixou a reunião antes do fim dizendo
que iria manter a greve até que fosse aprovada e sancionada a lei que desonera
o diesel, apenas este, do PIS/Cofins e da CIDE. A União Nacional dos
Caminhoneiros ficou até o fim da reunião, mas não assinou o acordo.
Veja os termos do acordo.
Compromissos
do governo:
- Reduzir a
zero a alíquota da Cide, em 2018, sobre o óleo diesel, bem como as necessárias
providências decorrentes dessa medida;
- Manter a
redução de 10% no valor do óleo diesel a preços na refinaria, já praticados
pela Petrobras, nos próximos trinta dias, considerando as necessárias
compensações financeiras pela União à Petrobras, no intuito de garantir a
autonomia da estatal;
- Assegurar
a periodicidade mínima de 30 dias para eventuais reajustes do preço do óleo
diesel na refinaria, a partir do preço definido pelo critério do item b,
considerando as necessárias compensações financeiras pela União à Petrobras, no
intuito de garantir a autonomia da estatal;
- Reeditar,
no dia 1º de junho de 2018, a Tabela de Referência do frete do serviço do
transporte remunerado de cargas por conta de terceiro, bem como mantê-la
atualizada trimestralmente, pela ANTT;
- Promover
gestão junto aos estados da federação, para implementação da isenção da isenção
da tarifa de pedágio prevista no art. 17 da Lei nº 13.103, de 2015 (não
cobrança sobre o eixo suspenso em caminhões vazios). Em não sendo bem sucedida
a tratativa administrativa com os estados, a União adotará as medidas judiciais
cabíveis;
- Editar
medida provisória, em até quinze dias, para autorizar a Conab a contratar
transporte rodoviário de cargas, dispensando-se procedimento licitatório, para
até 30% de sua demanda de frete, para cooperativas ou entidades sindicais da
categoria dos transportadores autônomos;
- Não
promover a reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário
de cargas;
- Requerer a
extinção das ações judiciais possessórias, ou de qualquer outra natureza,
propostas pela União em face das entidades relacionadas com o movimento
paredista de caminhoneiros de que trata este termo;
- Informar
às autoridades de trânsito competentes acerca da celebração do presente Termo,
para instrução nos eventuais processos administrativos instaurados em face das
entidades ou de seus associados em decorrência de atos praticados no curso do
movimento paredista;
- Manter com
as entidades reuniões periódicas para acompanhamento do adimplemento dos
compromissos estabelecidos neste Termo, ficando desde já estabelecido o prazo
de quinze dias para a celebração do próximo encontro;
- Buscar
junto à Petrobras a oportunização aos transportadores autônomos à livre
participação nas operações de transporte de cargas, na qualidade de
terceirizados das empresas contratadas pela estatal;
- Solicitar
à Petrobras que seja observada a Resolução/ANTT nº 420, de 2004, no que diz
respeito à renovação da frota nas contratações de transporte rodoviário de
carga.
"As
entidades reconhecem o empenho do governo federal em buscar soluções para
atender às demandas das categorias representadas pelas entidades, bem como se
comprometem a apresentar aos manifestantes o presente termo para a suspensão do
movimento paredista por 15 dias, quando será realizada nova reunião com o
governo federal para acompanhamento do adimplemento dos compromissos
estabelecidos nesse termo", diz o texto.
Entidades em greve, assinaram a proposta de acordo:
Confederação
Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA)
Confederação
Nacional do Transporte (CNT)
Federação
dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo
(Fetrabens)
Sindicato
dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Distrito Federal
(Sindicam-DF)
Sindicato
Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg)
Federação
Interestadual dos Transportes Rodoviários Autônomos de Cargas e Bens da Região
Nordeste (Fecone)
Federação
dos Transportadores Autônomos de Cargas do Estado de Minas Gerais (Fetramig)
Federação
dos Transportadores Autônomos de Carga do Espírito Santo (Fetac-EC)
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