José Maria Costa na visita que fez a alguns ministérios em busca de verbas para Piraju |
Em matérias veiculadas pela mídia e pelas redes sociais, Costa relatou que pegou a prefeitura com dívidas e outros problemas que impediriam que imprimisse o seu plano de governo logo no primeiro ano, o que de fato aconteceu.
Já prevendo a anunciada dificuldade pela qual os municípios enfrentariam José Maria Costa, antes de assumir iniciou uma verdadeira cruzada em busca de recursos para sua administração, utilizando recursos próprios. Foi a São Paulo, depois Brasília, conversou com deputados, ministros e todos os políticos que acreditava que, de uma forma ou de outra poderiam enviar recursos para Piraju.
Mesmo debaixo de críticas, assim que assumiu continuou sua busca e fez contatos com políticos apresentando o município que, até então, tinha que se contentar com as verbas que vinham do DADE para o turismo.
E as verbas vieram. E com elas renovou a maior parte da frota da Saúde, asfaltou mais de 230 quarteirões, fez cerca de 90 cirurgias eletivas, conseguiu abastecer regularmente a farmácia popular, reduziu o gasto na educação, concedeu reposição salarial aos servidores públicos referente a 2017 e planeja uma forma conceder parceladamente a reposição negada em 2016, valorizou os servidores públicos nomeando funcionários de carreira para cargos comissionados. Ofereceu vários cursos de qualificação de mão de obra, se prepara para executar uma obra de infraestrutura turística na região Canto do rio, deu novo fôlego as outras modalidades esportivas antes esquecidas, renovou o contrato com a Sabesp conseguindo, entre outras coisas, patrocínio da empresa para a canoagem e concluiu obras da administração passadas que estavam paradas por falhas em projetos e execução.
No apagar das luzes de 2018 bateu um recorde para os municípios da região ao entregar as 160 unidades do CDHU, inaugurar uma ponte e uma quadra com grama sintética, em menos de três dias. Nada mal para alguém que ficou 20 anos fora do cenário político e sofrendo forte oposição.
Nesta edição, José Maria faz um balanço dos dois primeiros anos de seu mandato como prefeito de Piraju.
PRN - O senhor está satisfeito com os dois primeiros anos de seu mandato de prefeito?
JMC - Estou satisfeito porque foram dois anos muito difíceis, tanto pela crise política e financeira e nós pegamos uma prefeitura com R$ 14 milhões de dívida, com as ruas totalmente esburacadas e a cidade abandonada. Havia 17 projetos na engenharia com problemas. Os projetos do DADE estavam bloqueados por falta de documentos. A orla do rio Paranapanema, na Praça Brasilinha estava uma vergonha. Tudo o que fizemos foi consertar erros e pagando contas que já existiam. Digo que estou feliz porque, mesmo com todos esses problemas, conseguimos muitas coisas. Na área da Saúde, por exemplo, foi privilegiada. Melhoramos o atendimento e a agora vamos atrás da construção do Pronto Socorro. Tivemos a confiança do Mauro Bérgamo e da diretoria da Associação Amigos da Saúde, que nos doou o terreno e vamos atrás de recurso para executar o projeto.
Na inauguração das casas do CDHU tinha uma ambulância de primeiro mundo ali, grande, nova, confortável, para atender a população. Temos 4 delas, além de mais 12 carros. Renovamos praticamente 70% da frota da Saúde. E estamos para comprar ônibus para o transporte de pacientes para Rubião, dois caminhões lixo, um caminhão basculante e uma escavadeira. Na Educação estamos muito bem avaliados.
PRN - Há algum ajuste que acredita ser necessários para os próximos dois anos?
JMC - Nós fizemos um levantamento e descobrimos que o maior problema de Piraju é a falta de emprego. Já sabíamos disso, mas isso ficou bem claro nesse trabalho. Eu sei que não é só em Piraju é no Brasil inteiro, mas temos que nos empenhar para arrumar emprego para o nosso povo. Já temos a certeza de que teremos em Piraju as Lojas Americanas que vai abrir várias vagas. Temos também as Casas Bahia que tem interesse em vir para Piraju. Vamos lutar para que isso se torne realidade.
Outro setor que precisamos ajustar é o Pronto Socorro que é um problema sério. A gente faz tudo o possível para atender e ainda assim não é o suficiente. Tem pessoas que por anos se utilizam do Pronto Socorro e são as que mais criticam. Pode comprar carro novo, ambulância nova, dois médicos e mesmo as
sim a crítica vem. Mas em alguns casos as pessoas têm razão de criticar aquele modelo de pronto socorro que não é que eu quero.
PRN - Qual foi a maior dificuldade que enfrentou nesses dois anos?
JMC - Foi pôr a casa em ordem. Só para o terceiro setor, que são: Guarda mirim, Asilo, Hospital etc, vai quase 20% do orçamento. Outros 25% vai para Educação e na Saúde temos que aplicar 15% e aplicamos 30%. Só aí já foram 75% e temos ainda a folha de pagamento que consome 50%. A conta não fecha. Eu gosto de privilegiar os funcionários.
Pegamos as ruas com problemas sérios, mas graças as Deus conseguimos muitas verbas que corremos atrás. Conseguimos recapear 235 quarteirões. Isso é importante porque tinha lugar que não dava mais para passar. Conseguimos com a empresa “Conter” a operação tapa-buraco no condomínio “Boa Vista”.
PRN - O que mais marcou esse período de sua gestão?
JMC - O que mais me marcou foi quando levei aquelas pessoas para Ipaussu para fazer as cirurgias. Eu passava nas casas e vias aquelas pessoas com hérnia e pedra na vesícula sofrendo por seis anos com essas doenças. Eu sei o que é isso porque fui operado de hérnia e pedra na vesícula. Conheço a dor. Enfrentei algumas dificuldades e atritos, mas levamos 60 pacientes para Ipaussu, fizemos as cirurgias e graças a Deus deu tudo certo. Só que isso eu não faço mais. É muita responsabilidade tirar uma pessoa de casa colocar num veículo e levar para longe da família. Temos que fazer isso aqui no hospital de Piraju. Vamos ter que chegar num acordo e atender esse povo aqui.
PRN - O senhor acha que as críticas representa o sentimento de toda a população?
JMC - Não representa não. Se você analisar vai ver que são sempre as mesmas pessoas. São críticas de politicagem. Quando eu vejo que as críticas são construtivas eu faço questão de responder. Coisa que nenhum prefeito faz. Eu passei quase que todo o final de semana falando sobre uma postagem porque tinha um indivíduo conclamando o povo para fazer baderna na frente da Prefeitura por coisas irrelevantes. Coisa que a Prefeitura não tem condições de atender. Não aceito baderneiros, radicais e fanáticos. Podem falar o que quiser de mim, reclamar sobre buraco, remédio e tudo o mais, mas não falem sobre a minha idoneidade. Teve uma pessoa que falou sobre corrupção e está respondendo processo. E não faço acordo.
PRN - A postagem do canil-gatil construído em sua gestão foi para rebater críticas?
JMC - Foi uma postagem que eu fiz porque achei que aquilo foi uma realização não para fazer propaganda política e sim para fazer um bem para o meu coração. O canil é para cuidar de animais doentes. Não posso colocar cães e gatos sadios ali, senão ficam doentes também.
Construir o canil me fez bem porque gosto dos animais. Me senti muito feliz de fazer aquilo porque foi construído numa dificuldade tremenda com recursos próprios. Não inauguro obras como esta. Inauguro obras para as quais recebo verbas do governo do Estado e de deputados. Tenho obrigação de divulgar.
PRN - No início do ano você chegou a falar em reeleição. O que pensa sobre isso hoje?
JMC - Hoje não falo que sou nem que não sou candidato. Dependerá muito da minha saúde para enfrentar os dois anos restantes do meu mandato e a maratona que é uma campanha política. Ser prefeito hoje é muito difícil, são muitos problemas e muito cansativo. São muitas coisas para você decidir no mesmo instante. Muitos processos judiciais. Esse dia eu recebi um processo de 2009. Era um problema com um loteamento que eu nem sabia que existia e veio uma multa de 10 salários mínimos para o José Maria Costa pagar. Para a Prefeitura a multa era de R$ 200 mil. Ou seja, não foi o prefeito de 2009 que fez besteira que vai pagar. A multa foi para recaiu sobre José Maria. Assim não dá.
PRN - O prefeito se emociona ao passar por algumas situações?
JMC - Sim. Tem situações que mexe com a gente. Com a idade você começa a dar mais valor para as coisas que as pessoas mais novas. O povo não sabe, mas a gente sabe. Hoje mesmo na entrega das casas, tinha pessoas que esperavam por sua casinha há 10 anos e eu tive o privilégio de entregar. Sou duro em certos casos, mas meu coração é bom e muito mole em situações assim. Sou muito espontâneo, só que não pise no meu calo.
PRN - O pagamento do funcionalismo público continua sendo pago em dia?
JMC - Sim. Já receberam o 13º no dia 14 de dezembro e no dia 28 sai o pagamento de dezembro. No funcionalismo tem muitos servidores que confiam na gente porque desde o início mantemos o pagamento dentro do mês. Tenho um respeito muito grande por essa classe. Eles sabem que podem contar com a gente ao contrário de outros que possam vir a ser candidato a prefeito.
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