quarta-feira, 23 de março de 2011

Piraju- Usina - Crime Ambiental


Parque do Dourado em Piraju pode sumir com usina


O município de Piraju pode perder um de seus maiores atrativos turísticos, o Parque Municipal do Dourado, caso não haja uma mobilização a exemplo do que aconteceu em outras investidas de se instalar uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no último trecho de corredeira do Rio Paranapanema. De acordo com os estudos realizados anos atrás, a parte do parque que fica às margens do rio poderia ficar em baixo d’água com toda sua infraestrutura caso as águas fossem represadas. Apesar da CBA ter perdido a licença ambiental e autorização para a construção de uma PCH em Piraju, esta semana cerca de três funcionários, supostamente da empresa Marcos Lopes Consultoria Ltda sediada em Minas Gerais que prestam serviço de topografia, estiveram em Piraju realizando estudos e medições no Parque do Dourado e também em chácaras às margens do Rio Paranapanema visando a instalação de mais uma usina. Segundo a Folha apurou, esses funcionários teriam entrado no parque sem dizer a finalidade de sua visita e cortado a mata para fazer as medições o que é proibido, já que o parque está numa Área de Preservação Permanente (APP) e protegida pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).
De acordo com o funcionário que controla a entrada e saída dos visitantes do parque, os três técnicos chegaram e disseram que estavam passeando, mas o verdadeiro objetivo da visita foi logo descoberto.
“Quando eles pararam a caminhonete, eu me aproximei como sempre faço e perguntei qual era o objetivo deles em visitar o parque. Eles me disseram que estavam só passeando, mas assim que eles entraram um já desceu com um desses equipamentos de fazer medida de solo”, informou o servidor, que lembrou ter visto os técnicos várias vezes no local.
Em visita ao local, constatamos que num determinado local há sinais de que a mata foi cortada com facão onde foi colocado um marco com o nome da empresa. De acordo com um morador do local há outros locais onde se pode notar que foi feito uma “picada” no meio da mata.
Segundo a Folha apurou, os técnicos, supostamente da Marcos Lopes Consultoria teriam alegado possuírem uma autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para fazer a medição, mas não há nenhum registro de autorização desta natureza no site daquele órgão.
Preocupado com a possibilidade de ser responsabilizado por crime ambiental, Francisco de Assis Rodrigues, diretor de Agricultura e Meio Ambiente de Piraju e responsável pelo parque elaborou um boletim de ocorrência na Polícia Ambiental de Piraju que agora vai apurar o caso.

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